Hospital da Prelada
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Licenciada em Medicina pelo ICBAS - Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, da Universidade do Porto, Luciana Cidade Costa tem diferenciação em cirurgia bariátrica (tratamento cirúrgico da obesidade), hérnias da parede abdominal e vesícula biliar.
A médica do Hospital da Prelada está, atualmente, a participar num estudo internacional sobre o impacto da COVID nos resultados cirúrgicos, "GlobalSurg - CovidSurg Week", ainda a aguardar resultados finais e publicação.
1. Qual foi o tratamento fora do comum ou o caso clínico mais marcante que já teve?
Atualmente dedico-me maioritariamente à prática de cirurgia bariátrica (tratamento cirúrgico de obesidade) e, neste contexto, não é frequente haver situações fora do habitual, nomeadamente quando se está em linha com aquilo que se faz de melhor nesta área ao nível internacional.
O que mais me marca é a evolução extraordinária de cada doente, a sua mudança e a melhoria da sua qualidade de vida, que o capacita a fazer coisas "normais" que antes pareciam impossíveis. É extremamente motivante assistir de perto a esta transformação que, no fundo, é sempre uma história diferente e especial.
Há muitos exemplos de pequenas vitórias que se tornam emocionantes, como o caso de uma doente cuja sobrinha ficou maravilhada ao ver a tia conseguir correr atrás dela a brincar, ou uma doente com problemas de infertilidade que após a perda de peso conseguiu engravidar, ou uma doente que recuperou a capacidade de fazer a sua própria higiene sozinha e ainda um doente que deixou de usar C-PAP e voltou a conseguir dormir junto da sua esposa.
Antes de trabalhar neste hospital, em contexto de urgência, o caso mais marcante em que estive envolvida foi o de uma doente atropelada pelo seu próprio automóvel (numa entrada de garagem), que apresentava várias lesões graves ao nível intra-abdominal, e que apenas foi possível salvar pelo esforço e empenho de toda a equipa; mesmo colegas que não estavam de serviço vieram ajudar. Como médica, este foi um ótimo exemplo de entreajuda, humildade, conhecimento e capacidade técnica que até hoje me acompanha e me inspira.
Mesmo quando o êxito parece impossível, o corpo humano tem uma capacidade incrível de superação e na Medicina há (quase) sempre a esperança de um final feliz.
2. No seu serviço, o que diferencia o Hospital da Prelada dos outros hospitais?
O serviço de Cirurgia Geral do Hospital da Prelada tem uma equipa motivada e muito diferenciada na área da cirurgia bariátrica.
O que nos distingue é a experiência e o volume de cirurgias realizadas, bem como o acompanhamento prestado por uma equipa multidisciplinar muito competente, que tem resultados de sucesso mesmo quando as pessoas já tentaram "demasiadas" vezes.
Existe uma grande qualidade que advém desta mesma especialização e acumulação de experiência.
3. O que considera de mais relevante para a sua prática clínica?
A comunicação e a equipa.
O tratamento cirúrgico de obesidade é um processo de mudança de vida e, na minha opinião, é fundamental o doente compreender o seu papel neste trajeto de mudança e tudo o que ela implica.
Eu procuro sempre, de uma forma insistente, que os doentes atinjam os objetivos de perda de peso e que sejam devidamente acompanhados. É muito importante garantir que têm uma boa qualidade de vida e que caminham para uma vida mais saudável e feliz.
Neste processo não é possível trabalhar sozinho. A competência de cada elemento da equipa é o que torna os desafios alcançáveis e o que nos permite obter ótimos resultados.
4. O que mais gosta de fazer quando não está no hospital?
Gosto de estar com a minha família e os meus amigos. As pessoas são, sem dúvida, a base da minha felicidade.
Adoro ler, ouvir música, caminhar e viajar, de forma a conhecer lugares e pessoas diferentes.
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