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Hospital da Prelada presente na discussão do European Stroke Action Plan 2018-2030
⌚ 07.07.2023
Dr. Renato Nunes

O Diretor do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Hospital da Prelada, Dr. Renato Nunes, marcou presença, como Coordenador da Secção de Reabilitação do AVC da SPMFR (Sociedade Portuguesa de Medicina Física e de Reabilitação), na 1ª Reunião de Coordenadores de Equipas de Reabilitação do AVC, organizada pela Secção de Reabilitação do AVC da SPMFR e que foi o primeiro passo para a definição da estratégia nacional de reabilitação do sobrevivente de AVC, realizada em junho, em Coimbra. Neste encontro, que decorreu na sequência de uma reunião com o Grupo Parlamentar da Saúde, foi discutido o plano de ação, European Stroke Action Plan 2018-2030, ao qual Portugal aderiu, tendo como objetivo a prevenção e a evolução no tratamento de doentes vítimas de AVC. Nesta reunião, o nosso diretor do serviço de Medicina Física e de Reabilitação, interveio com o tema: "Estratégias de organização de uma rede de cuidados de reabilitação multiprofissional do AVC - Como mudar a nossa realidade?".

 

Estratégia nacional para a reabilitação dos sobreviventes de AVC:

 

"O AVC continua a ser na atualidade uma das principais causas de morte e incapacidade na Europa. A iniciativa European Stroke Action Plan 2018-2030, identificou metas globais até 2030 para implementar em todos os países europeus e medidas que visam controlar a sua incidência, prevalência e a suas consequências.

Portugal foi um dos países que subscreveu este plano. Estas metas são estabelecidas para a prevenção primária, mas também para o tratamento de fase aguda, e da reabilitação em todas as fases temporais e das questões relacionadas com a vida pós-AVC.

O que continua a faltar, em primeiro lugar, é equidade no acesso aos cuidados de reabilitação em cada fase do processo de cada sobrevivente de AVC. Todos os sobreviventes de AVC devem poder ter acesso a cuidados de reabilitação por equipas multidisciplinares de reabilitação coordenadas por médico especialista em Medicina Física e de Reabilitação e que devem incluir todos os profissionais (terapeuta da fala, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, enfermeiro de reabilitação, neuropsicólogo, nutricionista, assistente social e médico fisiatra).

 

Estas equipas devem estar organizadas desde a fase aguda, com cuidados de reabilitação desde o primeiro dia, com uma clara definição do circuito do sobrevivente de AVC, o seu destino após a alta, a tipologia de cuidados mais adequada para a gravidade e quadro clínico, e garantir a continuidade de cuidados de reabilitação até ao regresso à comunidade, acompanhando ao longo do tempo a vida pós-AVC.

A recuperação de um sobrevivente de AVC deve começar o mais cedo possível, ainda no hospital de agudos, com equipas multidisciplinares que integrem todas as valências de uma forma coordenada, que possa também identificar as suas necessidades após a alta hospitalar. Este circuito é orientado pela Norma de Orientação Clínica 54/2011, da DGS.

É fundamental uma mudança nas políticas de saúde que promova a criação de uma estratégia nacional, que envolva toda a cadeia de cuidados, desde a prevenção primária até à vida após o AVC. Em todo este processo estão presentes cuidados de reabilitação que requerem estruturas e equipas adequadas em todos os hospitais, centros de referência para programas intensivos e nos cuidados de saúde primários.

O processo de reabilitação deve ter uma continuidade assegurada por uma rede de referenciação organizada e sem interrupções, segundo o recomendado internacionalmente como boas práticas clínicas.

 

Os cuidados de reabilitação acompanham o sobrevivente de AVC, desde a fase aguda até à sua integração na sociedade.

É urgente investir na constituição de equipas multidisciplinares de reabilitação nos hospitais de agudos, a criação de camas de reabilitação nestes hospitais para a continuidade pós-aguda imediata, o crescimento e a criação de mais centros especializados de reabilitação, com programas de fase subaguda, intensivos e abrangentes e uma melhor articulação com a reabilitação na comunidade, garantindo que nos cuidados de saúde primários a reabilitação mantenha o seu caráter diferenciado, garantindo não só a continuidade dos cuidados, mas também a sua diferenciação e qualidade."

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