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BURNOUT
O termo burnout começou a ser utilizado em 1977, quando Maslach o utilizou numa reunião da Associação Americana de Psicólogos para descrever um síndrome de desgaste profissional em profissionais que trabalhavam em contato direto com pessoas. Contudo, ainda existem diversas interpretações sobre o síndrome e sobre o tipo de intervenção apropriado (individual, através da intervenção psicológica / social e organizacional, modificando as condições de trabalho). No entanto, existe um consenso básico sobre a importância de diagnosticar o síndrome e promover programas de intervenção.
Existe um consenso geral de que o burnout constitui uma resposta ao stress crónico no trabalho (a longo prazo e acumulativo) com consequências negativas em termos individuais, sociais e organizacionais.
Acontece tipicamente em determinadas áreas profissionais (ou voluntários) que mantêm uma relação direta e constante com outras pessoas, como médicos, enfermeiros, professores, psicólogos, assistentes sociais, polícias, bombeiros.
A extensão do burnout a outros âmbitos profissionais tem gerado uma grande polémica desde o início, pois Malasch em 1976 propôs que este termo fosse aplicado apenas a pessoas que realizavam o seu trabalho em contato direto com pessoas. Contudo, outros autores defendem que o burnout pode ser observado em outros grupos profissionais: diretores, domésticas, trabalhadores do âmbito social ou voluntários.
O síndrome é o resultado de um processo de exposição a una situação de stress crónico laboral perante a qual o indivíduo utiliza estratégias de coping que não são eficazes.
A CID-10 já incluía o "Síndrome de Burnout" ou "Síndrome do Esgotamento Profissional" na tabela de Transtornos Mentais e do Comportamento Relacionados com o Trabalho. Seguindo a CID-10, a CID-11 enquadra o síndrome de burnout no capítulo dos problemas associados ao emprego ou desemprego". Para a CID-11, o burnout é resultante do stress crónico no local de trabalho que não foi gerido com sucesso. A WHO considera o burnout um problema importante no mundo profissional actual (World Health Organization, 1998).
Adrián Gramary
Médico Psiquiatra