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No século XXI emergem um novo tipo de dependências, as dependências das tecnologias da informação e comunicação (TICs), como do telemóvel, internet e das redes sociais.
Definem-se como uma perturbação psicológica e comportamental, que não envolve o uso de uma substância, de carácter impulsivo-compulsivo e que leva ao utilizador a enredar-se de forma contínua ou cada vez mais frequente nas TICs, independentemente das consequências negativas que possa ter para o seu bem-estar físico, social, mental ou financeiro.
Os vários estudos realizados confirmam que a prevalência da dependência para das TICs em Portugal é elevada. Crianças, adolescentes e universitários são os mais vulneráveis para este tipo de dependência.
São indicadores de dependência das TICs o indivíduo pensar na rede de forma constante, nomeadamente quando não está conectado ou tornar-se defensivo ou negar quando confrontado com um possível comportamento aditivo à internet. Frequentemente existe uma perda de interesse nas pessoas ou noutras atividades que anteriormente considerava importantes (hobbies, amigos, exercício físico). Por vezes, sente-se irritado quando não consegue conexão ou se esta é mais lenta.
Priva-se do sono (< 5 horas/dia) para poder estar conectado à rede. Muitas vezes, mente a familiares, colegas e amigos para poder passar mais tempo conectado.
Isola-se socialmente e começa a apresentar sinais de baixo desempenho académico ou baixa produtividade no emprego. Muitas vezes, tenta limitar o tempo de conexão, mas não consegue.
As consequências que estas dependências podem ter a nível físico, psicológico e social são normalmente nefastas. A sociedade, assim como pais, professores e profissionais da saúde, devem estar atentos a sinais ou indicadores de uma possível adição às TICs, para assim poderem realizar uma abordagem precoce.
O tratamento da dependência das TICs tem de ser integrado e multifatorial.
A terapia cognitivo-comportamental é o tratamento de escolha. Neste tipo de dependência a terapia não passa pela proibição total das TICs, mas sim pelo uso moderado, controlado e responsável.
As terapias farmacológicas são usadas para reduzir e controlar o impulso para a utilização das TICs e para tratar as doenças psiquiátricas associadas.
O melhor tratamento é a prevenção, que constitui a melhor estratégia para evitar o desenvolvimento deste tipo de dependências.
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