Os antioxidantes naturalmente presentes na alimentação fazem bem à saúde, mas não devem ser ingeridos como reforço nutricional por alguns grupos populacionais, alerta o médico e professor universitário Javier Aranceta, no âmbito da IV Jornada Aquarius Ibérica em Gastrenterologia, em Valência, Espanha.
Alguns suplementos vitamínicos, sobretudo os ricos em betacarotenos e em vitaminas A, C e E podem acarretar riscos para quem tem hábitos tabágicos ou para quem sofre de doenças como o cancro.
Para o professor associado da Universidade de Navarra e presidente do Comité Científico da Sociedade Espanhola de Nutrição Comunitária, deve-se apostar numa "alimentação rica em verduras e frutas, porque só e apenas os alimentos naturais contêm a proporção de nutrientes necessários ao ser humano".
"Uma suplementação vitamínica só é precisa quando a pessoa não consegue ingerir a quantidade de vitaminas, minerais e nutrientes de que necessita e deve ser prescrita por um médico e nunca tomada por iniciativa própria, sob pena de ter efeitos nocivos", acrescenta.
É aqui que entra o perigo dos antioxidantes quando tomados como suplementos no caso dos fumadores. De acordo com Javier Aranceta, "os antioxidantes em contacto com os componentes do tabaco provocam alterações no corpo, aumentando a atividade proxidante que pode dar origem a doenças oncológicas e doenças cardiovasculares".
Em relação aos doentes oncológicos, destaca que estes devem ter uma dieta rica em antioxidantes naturais, sobretudo os provenientes dos frutos vermelhos, como os arandos, morangos, uvas, amoras, mirtilos, entre outros.