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A depressão no idoso
⌚ 17.01.2020
Centro Hospitalar Conde de Ferreira

À medida que a pessoa envelhece, podem acontecer muitas mudanças na sua vida, como a perda de entes queridos, a reforma, acontecimentos stressantes ou problemas médicos. Considera-se normal sentir-se intranquilo, stressado ou triste por estas mudanças, mas depois de se adaptarem, muitos idosos voltam a sentir-se bem. A depressão é diferente. É um problema médico que afeta a vida diária e o funcionamento normal.

A depressão no idoso frequentemente não é diagnosticada porque a tristeza neste tipo de depressão não é o seu sintoma principal.

Esta faixa etária apresenta uma clínica atípica. É caraterística a tendência dos idosos para exibir queixas somáticas predominantemente e a sua maior relutância em exprimir sentimentos de tristeza. Frequentemente exibem  alterações do apetite, perturbações do sono, dificuldade de concentração, lentificação ou maior agitação psicomotora, ideias de tipo hipocondríaco e défices a nível cognitivo.

A depressão no idoso tem um impacto evidente. Vai agravar as comorbilidades médicas, aumentando as necessidades de atenção nos cuidados de saúde, incluindo as necessidades de internamento e as idas aos serviços de urgência, aumentando, assim, as despesas no serviço de saúde. Por outro lado, a depressão no idoso vai aumentar o grau de incapacidade e de dependência, deteriorando a qualidade de vida, aumentando o consumo de tóxicos e álcool e o risco de morte. Por último, a depressão no idoso pode levar ao suicídio, nomeadamente se não for tratada.

O tratamento deve estar dirigido à prevenção da perda de funcionalidade e do risco de suicídio, à redução dos sintomas depressivos, à prevenção das recaídas e recorrências, à melhoria da função cognitiva e à adaptação aos fatores de stress psicossocial.

O tratamento da depressão no idoso inclui o tratamento farmacológico com antidepressivos, a psicoterapia, a eletroconvulsivoterapia e estimulação magnética transcraniana e outros tratamentos complementares como o exercício físico, o ioga, uma boa alimentação, as atividades lúdicas e as interações sociais.

 Os antidepressivos são o principal tratamento. Com os antidepressivos os sintomas depressivos começam a melhorar a partir das 2 semanas, ainda que nos idosos demoram mais tempo a fazerem efeito. O tratamento antidepressivo deve manter-se o tempo que o médico indicar para evitar recaídas. A suspensão dos antidepressivos deve ser feita com a ajuda do médico e de uma forma gradual, para evitar a síndrome de descontinuação. 

A psicoterapia também pode ser um tratamento eficaz para a depressão. Ajuda a ensinar novas formas de pensar e de se comportar e a mudar os hábitos que podem contribuir para a depressão. 

A terapia eletroconvulsiva, às vezes, utiliza-se na depressão grave quando não responde aos fármacos ou à psicoterapia. Também está indicada em situações de depressão grave com risco de vida ou que apresenta sintomatologia psicótica ou risco de suicídio significativo.

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